01. Saudação a Vinicius de Moraes: Samba da Benção com Vinicius de Moraes
É melhor ser alegre que ser triste
A alegria é a melhor coisa que existe É assim como a luz no coração
Mas para fazer um samba com beleza É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza Senão não se faz um samba não
Mart’nália - Texto Livre
Autoria: Vinicius de Moraes e Baden Powell
Editora: Tonga (Universal MGB) - BR-PUI-18-00615
Vinicius de Moraes gentilmente cedido pela Universal
02. A Tonga da Mironga do Kabuletê
Eu caio de bossa
Eu sou quem eu sou
Eu saio da fossa
Xingando em nagô
Você que ouve e não fala
Você que olha e não vê
Eu vou lhe dar uma pala
Você vai ter que aprender
Eu caio de bossa
Eu sou quem eu sou
Eu saio da fossa
Xingando em nagô
Você que lê e não sabe
Você que reza e não crê
Você que entra e não cabe
Você vai ter que viver
Na tonga da mironga do kabuletê (5x)
Você que fuma e não traga
E que não paga pra ver
Vou lhe rogar uma praga
Eu vou é mandar você
Pra tonga da mironga do kabuletê...
Mart’nália – Voz e Vocal
Arthur Maia – Baixo e Vocal
Fernando Caneca – Violões e Guitarra
Paulinho Braga – Bateria
Macaco Branco - Pandeiro, Tamborim, Congas e Efeitos
Analimar Ventapane, Marcello Ferreira e Raoni Ventapane – Vocal
Arranjo musical : Fernando Caneca e Arthur Maia
Produção Musical: Arthur Maia
Autoria: Vinicius de Moraes e Toquinho
03. Deixa
Deixa
Fale quem quiser falar, meu bem
Deixa
Deixa o coração falar também
Porque ele tem
razão demais, quando se queixa
então a gente
Deixa, deixa, deixa, deixa
Ninguém vive mais do que uma vez
Deixa
Diz que sim prá não dizer talvez
Deixa
A paixão também existe
Deixa
Não me deixes ficar triste
Mart’nália – Voz e Pandeiro
Celso Fonseca - Violão e Guitarra
Jorjão Barreto - Teclados
Alexandre Cavalo - Baixo
Flavinho Santos – Bateria
Arranjo e produção musical: Celso Fonseca
Autoria: Vinicius de Moraes e Baden Powell
04. Um Pouco Mais de Consideração
Por que você é tão ruim?
Não me diz não nem me diz sim
Sofre demais meu coração,
Pois nunca sabe quando é sim ou não
Que foi que eu fiz, que não se faz?
Não tenho paz, não sou feliz
Assim é muita ingratidão
Um pouco mais de consideração
Já que você foi quem me fez contente,
Já que você me cativou assim,
Você podia, muito francamente,
Entrar a sério nessa história de gostar de mim
Independente de qualquer motivo
Que você tenha pra gostar assim.
Já que você foi quem me fez cativo,
A obrigação agora é sua de cuidar de mim.
Mart’nália – Voz, Vocal, Reco do Trambique, Pandeiro e Tamborim
Celso Fonseca - Violão, Guitarra e Vocal
Alexandre Cavallo – Baixo
Jorjão Barreto – Teclados e Vocal
Arranjo Musical: Celso Fonseca e Músicos acima
Produção musical: Celso Fonseca
Autoria: Vinicius de Moraes e Toquinho
05. Minha Namorada
Se você quer ser minha namorada
Ah, que linda namorada
Você poderia ser
Se quiser ser somente minha
Exatamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
Que ninguém mais pode ser
Você tem que me fazer um juramento
De só ter um pensamento
Ser só minha até morrer
E também de não perder esse jeitinho
De falar devagarinho
Essas histórias de você
E de repente me fazer muito carinho
E chorar bem de mansinho
Sem ninguém saber por quê
E se mais do que minha namorada
Você quer ser minha amada
Minha amada, mais amada pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer
Você tem que vir comigo em meu caminho
E talvez o meu caminho seja triste pra você
Os seus olhos têm que ser só dos meus olhos
Os seus braços o meu ninho
No silêncio de depois
E você tem que ser a estrela derradeira
Minha amiga e companheira
No infinito de nós dois
Mart’nália - Voz e Vocal
Celso Fonseca - Violão, Guitarra, Triângulo e Batuque no Violão
Alexandre Cavallo – Baixo
Jorjão Barreto – Teclado e Vocal
Flavinho Santos – Bateria
Arthur Maia – Vocal
Arranjo e produção musical: Celso Fonseca
Autoria: Vinicius de Moraes e Carlos Lyra
06. Eu Sei Que Vou Te Amar com Maria Bethânia
Participação especial e escolha do Soneto do Corifeu: Maria Bethânia
Soneto do Corifeu (Vinicius de Moraes)
São demais os perigos dessa vida
Pra quem tem paixão
Principalmente quando uma lua chega de repente
E se deixa no céu como esquecida...
E se ao luar que atua desvairado
Vem se unir uma musica qualquer,
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma mulher.
Deve andar perto uma mulher
Que é feita de música, luar e sentimento,
E que a vida não quer de tão perfeita.
Uma mulher que é como a própria lua
Tão linda que só espalha sofrimento
Tão cheia de pudor, que vive nua.
Eu Sei Que Vou Te Amar
Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente
Eu sei que vou te amar
E cada verso meu será para te dizer
Que eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa tua ausência me causou
Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida
Mart’nália - Voz e Efeitos
Arthur Maia – Baixo Acústico e Elétrico
Renato Neto – Piano Acústico e Teclados
Celso Fonseca – Guitarras
Di Stefanno – Bateria
Arranjo musical: Renato Neto e Arthur Maia
Produção Musical: Arthur Maia
Autoria: Vinicius de Moraes e Tom Jobim
07. Sabe Você
Você é muito mais que eu sou
Está bem mais rico do que eu estou
Mas o que eu sei você não sabe
E antes que o seu poder acabe
Eu vou mostrar como e por que
Eu sei, eu sei mais que você
Sabe você o que é o amor? Não sabe, eu sei
Sabe o que é um trovador? Não sabe, eu sei.
Sabe andar de madrugada tendo a amada pela mão
Sabe gostar, qual sabe nada, sabe, não
Você sabe o que é uma flor? Não sabe, eu sei.
Você já chorou de dor? Pois eu chorei.
Já chorei de mal de amor, já chorei de compaixão
Quanto à você meu camarada, qual o que, não sabe não
E é por isso que eu lhe digo e com razão
Que mais vale ser mendigo que ladrão
Sei que um dia há de chegar e isso seja quando for
Em que você pra mendigar, só mesmo o amor
Você pode ser ladrão quando quiser
Mas não rouba o coração de uma mulher
Você não tem alegria, nunca fez uma canção
Por isso a minha poesia,
ah, ah, você não rouba não
Mart’nália – Voz e Afoxé
Celso Fonseca - Guitarra
Alexandre Cavallo – Baixo
Jorjão Barreto - Piano Acústico e Teclados
Flavinho Santos - Bateria
Arranjo musical: Celso Fonseca e músicos acima
Produção musical: Celso Fonseca
Autoria: Vinicius de Moraes e Carlos Lyra
08. Onde Anda Você
E por falar em saudade
Onde anda você
Onde andam os seus olhos
Que a gente não vê
Onde anda esse corpo
Que me deixou morto
De tanto prazer
E por falar em beleza
Onde anda a canção
Que se ouvia na noite
Dos bares de então
Onde a gente ficava
Onde a gente se amava
Em total solidão
Hoje eu saio na noite vazia
Numa boemia sem razão de ser
Na rotina dos bares
Que apesar dos pesares
Me trazem você
E por falar em paixão
Em razão de viver
Você bem que podia me aparecer
Nesses mesmos lugares
Na noite, nos bares
Onde anda você
Mart’nália – Voz e Pandeiro
Arthur Maia – Baixolão
Humberto Mirabelli – Violão e Guitarra
Milton Guedes – Gaita
Paulo Braga – Bateria
André Siqueira – Bongô, Shake e Reco
Arranjo musical: Humberto Mirabelli e Arthur Maia
Produção musical: Arthur Maia
Autoria: Vinicius de Moraes e Hermano Silva
09. Você e Eu
Podem me chamar
E me pedir e me rogar
E podem mesmo falar mal
Ficar de mal que não faz mal
Podem preparar milhões de festas ao luar
Que eu não vou ir
Melhor nem pedir
Eu não vou ir, não quero ir
E também podem me obrigar
Até sorrir, até chorar
E podem mesmo imaginar
O que melhor lhes parecer
Podem espalhar
Que eu estou cansado de viver
E que é uma pena para quem me conheceu
Eu sou mais você e eu
Mart’nália - Voz, Vocal e Balde
Celso Fonseca - Violão, Guitarra e Vocal
Alexandre Cavallo - Baixo
Jorjão Barreto - Teclados e Vocal
Flavinho Santos – Bateria
Arranjo e Produção musical: Celso Fonseca
Autoria: Vinicius de Moraes e Carlos Lyra
10. Insensatez com Carla Buni
Participação especial : Carla Bruni
Cedida pela Barclay
Ah insensatez que você fez
Coração mais sem cuidado
Fez chorar de dor
O teu amor
Um amor tão delicado
Ah, porque você foi fraco assim
Assim tão desalmado
Ah, meu coração quem nunca amou
Não merece ser amado
Vai meu coração ouve a razão
Usa só sinceridade
Quem semeia vento, diz a razão
Colhe sempre tempestade
Vai, meu coração pede perdão
Perdão apaixonado
Vai porque quem não, pede perdão
Não é nunca perdoado
Ah, quelle grande sottise tu as commise
Cœur absent de cette balade
Fait pleurer le coeur de son amour
Un amour qui est un cadeau
Ah pourquoi étais- tu faible, ainsi
ainsi, âme si froide
ah mon cœur absent, qui n'aime jamais
Ne mérite pas ce cadeau
Va, mon cœur absent, trouve la raison
Le bon sens, la ligne droite
Qui sème le vent, dit la raison
Récolte toujours la tempête
Va, mon Cœur absent, prie le pardon
Pardon d’une passion à deux
Car celui qui ignore ce grand don
Il n’est jamais pardonnable.
Mart’nália – Voz
Celso Fonseca – Violão
Alexandre Cavallo – Baixo Acústico
Jorjão Barreto- Piano Acústico
Marcelo Costa – Chapa com Vassourinha, Xequerê e Block
Autoria: Vinicius de Moraes e Tom Jobim
Versão em francês: Quelle Grande Sottise // Mario Lucio
11. Tarde em Itapoã com Toquinho
Participação especial: Toquinho
cedido por Circuito
Um velho calção de banho
O dia pra vadiar
Um mar que não tem tamanho
E um arco-íris no ar
Depois na praça Caymmi
Sentir preguiça no corpo
E numa esteira de vime
Beber uma água de coco
É bom
Passar uma tarde em Itapoã
Ao sol que arde em Itapoã
Ouvindo o mar de Itapoã
Falar de amor em Itapoã
Enquanto o mar inaugura
Um verde novinho em folha
Argumentar com doçura
Com uma cachaça de rolha
E com o olhar esquecido
No encontro de céu e mar
Bem devagar ir sentindo
A terra toda a rodar
É bom
Passar uma tarde em Itapoã
Ao sol que arde em Itapoã
Ouvindo o mar de Itapoã
Falar de amor em Itapoã
Depois sentir o arrepio
Do vento que a noite traz
E o diz-que-diz-que macio
Que brota dos coqueirais
E nos espaços serenos
Sem ontem nem amanhã
Dormir nos braços morenos
Da lua de Itapoã
É bom
Passar uma tarde em Itapoã
Ao sol que arde em Itapoã
Ouvindo o mar de Itapoã
Falar de amor em Itapoã
Mart’nália - Voz e Vocal
Toquinho – Voz e Violão
Arthur Maia – Baixo, Piano Acústico e Vocal
Celso Fonseca – Violão
André Siqueira - Efeitos, Cuica, Tantan, Caixa, Garrafinha, Tamborim, Prato e Surdo
Arranjo e Produção musical: Arthur Maia
Autoria: Vinicius de Moraes e Toquinho
12. Maria Vai Com as Outras
Maria era uma boa moça
Pra turma lá do Gantois
Era Maria vai com as outras
Maria de coser, Maria de casar
Porém o que ninguém sabia
É que tinha um particular
Além de coser, além de rezar
Também era Maria de pecar
Tumba e caboclo
Tumba lá e cá
Tumba e guerreiro
Tumba lá e cá
Tumba e meu pai
Tumba lá e cá
Não me deixe só
Maria que não foi com as outras
Maria que não foi pro mar
No dia dois de fevereiro
Maria não brincou na festa de Yemanjá
Não foi jogar água de cheiro
Nem flores pra seu Orixá
Ai Yemanjá pegou e levou
O moço de Maria para o mar
Tumba e caboclo
Tumba lá e cá
Tumba e guerreiro
Tumba lá e cá
Tumba Yemanjá
Tumba lá e cá
Não me deixe só
Até hoje ainda se fala
das rodas lá do Gantois
Que triste era de ver Maria
na sala onde ela ia
pra se manisfestar
A gente ainda se admira
seu gira-gira sem parar
Maria girou! Deixaram girar
E a turma não parava de cantar:
Tumba e caboclo
Tumba lá e cá
Tumba e guerreiro
Tumba lá e cá
Tumba Yemanjá
Tumba lá e cá
Não me deixe só
Tumba e caboclo
Tumba lá e cá
Tumba e guerreiro
Tumba lá e cá
Tumba e meu pai
Tumba lá e cá
Não me deixe só
Mart’nália - Voz, Vocal, Pandeiro, Triângulo e Efeitos
Arthur Maia – Baixolão, Shake, Moringa e Vocal
Fernando Caneca – Violões
Tito Junior – Flauta
Di Stefanno – Bateria
Macaco Branco - Reco, Shake, Cajon, Pandeiro, Caixa, Surdo, Tarol, Sementes e Efeitos
André Siqueira – Berimbau
Analimar Ventapane, Marcello Ferreira e Raoni Ventapane - Vocal
Arranjo e produção musical : Arthur Maia
Autoria: Vinicius de Moraes e Toquinho
13. Canto de Ossanha
O homem que diz: Dou
Não dá!
Porque quem dá mesmo
Não diz!
O homem que diz: Vou
Não vai!
Porque quando foi
Já não quis!
O homem que diz sou
Não é!
Porque quem é mesmo é
Não sou!
O homem que diz: Tô
Não tá!
Porque ninguém tá
Quando quer
Coitado do homem que cai
No canto de Ossanha, traidor!
Coitado do homem que vai
Atrás de mandinga de amor
Amigo sinhô, Saravá
Xangô me mandou lhe dizer
Se é canto de Ossanha
Não vá!
Que muito vai se arrepender
Pergunte pro seu Orixá
O amor só é bom se doer
Pergunte pro seu Orixá
O amor só é bom se doer
Vai! Vai! Vai! Vai!
Amar!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Sofrer!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Chorar!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Dizer!
Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor
Que passou
Não!
Eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor
Vai! Vai! Vai! Vai!
Não Vou!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Não Vou!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Não Vou!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Não Vou!
Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor
Que passou
Não!
Eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor
Vai! Vai! Vai! Vai!
Amar!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Sofrer!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Chorar!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Dizer!
Mart’nália - Voz e Vocal
Arthur Maia - Baixo e Vocal
Fernando Caneca – Violões e Guitarra
Whatson Cardozo - Clarone
Paulo Braga - Bateria
André Siqueira - Conga, Shake, Surdo, Pandeiro e Cuíca
Analimar Ventapane, Marcello Ferreira, Raoni Ventapane – Vocal
Arranjo e produção musical : Arthur Maia
Autoria: Vinicius de Moraes e Baden Powell
14. Agradecimento a Vinicius de Moraes: Samba da Benção com Vinicius de Moraes
Porque o samba é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança
A tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não...
Vinicius de Moraes - Voz
Mart’nália - Texto Livre
Autoria: Vinicius de Moraes e Baden Powell
Editora: Tonga (Universal MGB) - BR-PUI-18-00628